*Por Roberto Leal
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A solucionática africana tem nome: Ibrahim Traoré |
Ibrahim Traoré, 36 anos, lidera um movimento de ruptura com as potências ocidentais que, por décadas, exploraram os destinos da África por meio de governos fantoches, acordos abusivos e interferência militares inoperantes. Testemunhando o aumento do terrorismo e da miséria. Procurou resposta no porque de bilhões em ajuda internacional não trazer desenvolvimento ao país? Por que tropas estrangeiras permaneciam enquanto os ataques eram permanentes? Por que as riquezas minerais bukinabesas só beneficiavam apenas empresas estrangeiras?
Nascido em 1988 em Kéra, Traoré formou-se em Geologia antes de ingressar no exército, em 2009. Sua carreira militar incluiu missões de paz da ONU no Mali, onde ganhou reputação por bravura contra ataques jihadistas. Promovido a capitão em 2020, tornou-se a voz de soldados frustrados com a corrupção e a falta de equipamentos e condições legais para operar nas bases.
Em 30 de setembro de 2022, Traoré liderou um segundo golpe, depondo o então presidente Paul-Henri Sandaogo Damiba. Aos 34 anos, tornou-se o mais jovem chefe de estado africano, justificando sua ação pela “degradação da segurança” e prometendo eleições diretas em 2024. Suas primeiras medidas já incluíram: Expulsão das tropas francesas, em fevereiro de 2023, acusando a ex metrópole de ingerência e falha no combate ao terrorismo.
Parceria com a Rússia, incluindo a reabertura da embaixada russa e o controle de recursos minerais. A construção da primeira refinaria de ouro e suspensão de exportações ilegais para combater a evasão fiscal.
Mobilização popular contra insurgentes, recrutando milícias civis, como voluntários para a Defesa da Pátria. Como também é projeto seu a implantação de uma nova moeda, o AFRO, que é a moeda oficial proposta para a União Africana, buscando estabilizar a economia interna do Continente, iniciando pela região do Sael.
Desde 2014, Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger criaram o grupo de países "G5 Sahel", para promover uma cooperação estreita na região e enfrentar os principais desafios que esses países enfrentam. Traoré ganhou apoio interno de jovens e militares descontentes e principalmente do africano na Diáspora, que veem nele um líder pragmático. Sua retórica pan-africana e anti-imperialista ressoa em uma população cansada da influência escravagista do Ocidente.
Foto: Divulgação
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