Ela usava o nome de guerra de Aisha Sol, tinha 27 anos, recém-completados, mas na realidade se tratava de uma ex-garota de programa e falsa escritora de Luanda, nascida na província do Uige, em Angola. E como ele descobriu isso? Depois de estarem vivendo juntos, ele excluiu o perfil de Aisha do Facebook, que tinha nada mais nada menos que 4.700 homens adicionados como amigos e resolveram “dividir a mesma senha/palavra passe, de uma mesma conta”, nos perfis de ambos, ideia dela para dar mais confiança ao relacionamento. E para surpresa de Lean, apareciam sempre mensagens filtradas de homens casados, reclamando a presença da sua “suposta” mulher, exigindo retratação pela sua indiferença para com eles, ela era reconhecida pelas novas fotos postadas pelo casal.
Foi ai que ele descobriu toda verdade, ela quando morou em Luanda, fazia programas com senhores casados, ele sempre ia ao perfil daqueles senhores e pesquisava de quem se tratava. Brigavam muito, mas ela sempre lhe pedia perdão pelo seu passado e ele perdoava, e isso acontecia constantemente, mas, ele já estava completamente envolvido por ela... E teve os seus sentimentos usados como n’uma brincadeira. Mas, antes disso tudo, ele a rejeitou por mais de um ano de assédio, por ser um homem mais velho, mas ela sempre lhe dizia que já lhe amava, que ele tinha sido o escolhido, e ele não queria aquele relacionamento, sabia que era perigoso, ela chegava a afirmar que possivelmente já teriam vívido em uma vida anterior. Um Carma! Onde ele era um rei, de um dos reinos daquele país e ela sua rainha, uma rainha que havia sido traída por ele e abandonada pelo seu rei e que veio/voltou para se vingar.
E foi ai que ele voltou a Angola, onde foi apresentado à família, viveram maritalmente na casa dos pais dela por quase um ano, e tiveram mais um ano de romance pelas redes sociais. E para provar que lhe amava, Aisha chegou a fazer uma “Certidão de Casamento” expedida por um dos aplicativos do Facebook, para mostrar certa coincidência, para dar veracidade a sua suposta paixão, onde afirmava que até o Facebook estava a favor dela, naquela escolha. E ele tentou por vezes se desvencilhar daquele assédio, mas insistentemente ela não aceitava. Até dizia que foram os antepassados quem os apresentaram. Já que ela era membro da Igreja Messiânica.
Ele
precisou viajar ao seu país de origem para trabalhar, e a deixou em uma
casa alugada, com rendas de 8 meses de aluguel pago, sempre que podia mandava subsídios, montou um negócio/bancada para ela trabalhar, para ter uma renda, achou que
mudou a vida dela, que vivia de favor na casa dos pais, com um filho de onze anos
de uma relação anterior. Ele a deixou grávida de Christopher (esse era o nome
já escolhido do garoto), meses depois ela anunciava a morte do bebê por feitiço,
supostamente uma mentira, e foi ali que ele começou a desconfiar que algo não
estava certo, ela havia abortado, matado a criança, para que ele não voltasse a Angola.
E a gota d’agua, veio a ser a sua matricula em uma universidade local, sem lhe consultar, no que ele reclamou muito, mas não adiantou, ela já não era mais a mesma mulher. Em Angola as estudantes para passar no final do ano nas escolas secundárias e universidades, aquelas que não estudam, que são reprovadas, as vezes propositadamente, fazem sexo com os professores em troca das notas (dos valores como chamam...), isso lhe deixou assombrado. Ela matriculou-se sem lhe comunicar, e aí começaram as brigas a distância, o que resultou no fim do relacionamento. De um relacionamento que na verdade não teve fim.
Na
realidade se tratava de um golpe desses bem planejados, bem articulado, por
mulheres para tirar dinheiro de homens mais velhos, e estrangeiros são alvos
fáceis e com a possível conivência de certos familiares. Uma verdadeira armadilha
e foi assim que descobriu ter perdido alguns milhões de kuanzas, com dois tratamentos “tradicional” para
engravidar, com medicamentos, com passagens entre províncias, remessas de dinheiro/valores, presentes,
roupas, bijuterias, compra de utensílios domésticos, aluguel e
bancada de negócio. Este livro “Um Carma para Aisha” é uma obra romance de caso verídico, que retratam como agem às
miúdas, conhecidas como “Manga de 10” em Angola.
É dito que devido a situação socioeconômicas, muitos pais sabem que as filhas se prostituem e incentivam, aceitam naturalmente e na obra o autor diz ter presenciado isso e deixa bem claro as evidencias... Uma verdadeira armadilha para quem não conhece tais práticas. Um Carma para Aisha, obra literária do jornalista e escritor brasileiro Roberto Leal, Editora Òmnira/Luanda-Angola, que tem belíssima capa do artista plástico angolano Elias Jamba Sanjelembi. Um romance para arrancar suspiros de leitores e deixar outros sem folego, um caso verídico todo ambientado em Angola, país da Costa Ocidental da África.
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