terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

ESCRITOR CRISTIANO SOUSA LANÇA E-BOOK 'O PICOLÉ' CONTEMPLADO PELA LEI ALDIR BLANC

Publicado por Roberto Leal As terça-feira, 2 de fevereiro de 2021  | Sem Comentarios

'O Picolé' e a visão periferica de Cristiano Sousa
 No dia 1º de faveiro será disponibilizado virtualmente o e-book “O Picolé” (Ed. Artpoesia, 2021), uma novela do escritor Cristiano Sousa, que aborda o cotidiano de um jovem da periferia de Salvador e os desafios pela sobrevivência. Já no dia 12 (sexta-feira), às 19h, o escritor será entrevistado pelo jornalista Carlos Souza Yeshua, via Facebook (https://web.facebook.com/cristiano.sousa.100), para falar do repertório e referenciais que deram origem construção da obra. Na live/lançamento o autor fará uma abordagem do seu processo criativo e as razões que levaram a escrever uma novela com temática tão próxima da realidade vivida por muitos jovens das comunidades mais carentes das grandes cidades brasileiras, que ainda muito cedo precisam dividir o tempo dos estudos com o trabalho informal para ajudar a família.  

Os leitores poderão baixar o livro gratuitamente nas redes sociais e páginas do autor: Clube dos autores (https://clubedeautores.com.br/livros/autores/cristiano-sousa); Português. Free-Ebooks.net (https://portugues.free-ebooks.net/profile/690/cristiano-sousa) e no Mapa da Palavra (https://mapadapalavra.ba.gov.br/cristiano-sousa/). “O Picolé” tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal. O livro tem projeto gráfico e editoração de Carlos Alberto Barreto (Movimento Cultural e Editoração Artpoesia), ilustração da capa de Luis Felipe Piorotti e apresentação de Carlos Souza Yeshua. 

A história nasceu a partir das inquietações do artista da palavra, que busca em seu dia-a-dia a matéria-prima para sua criação literária. A partir dessa observação, escuta ativa e vivência faz críticas sociais sobre como as comunidades mais pobres são tratadas pelo poder público. “Vejo como os mais carentes são invisibilizados e abandonados à própria sorte, por aqueles que deveriam zelar pelo bem-estar de todos os cidadãos, independente das regiões onde habitam, mas a realidade é bem diferente do esperado: salvo raras exceções, há um descaso total. As políticas públicas não chegam às periferias como deveria chegar, aponta o autor.” 

Os mais recorrentes problemas sociais enfrentados pelos desprovidos de recursos financeiros, como as constantes inundações que ocorrem em épocas de chuva nos bairros mais humildes da cidade e a indiferença dos políticos de plantão, no que tange à inexistência de uma política pública eficiente, capaz de ajudar as famílias a enfrentar os períodos chuvosos, que se repetem anualmente, sem uma solução definitiva, aparecem como pano de fundo na composição da narrativa ficcional. 

A obra ainda mostra a visão estereotipada da classe média no que diz respeito à vida nas comunidades, como se esses locais fossem desprovidos de cidadãos trabalhadores, que lutam pela dignidade de suas famílias. O autor ressalta que esse pré-julgamento colabora para aumentar o preconceito em relação às pessoas que moram nas referidas regiões periféricas, o que, consequentemente, dificulta ainda mais a inserção no mercado de trabalho formal, ficando como opção de sobrevivência, a informalidade. 

O autor– Cristiano Sousa é soteropolitano é seu contato inicial com a literatura ocorreu na escola, onde escrevia poesias e letras de músicas. Seu gosto por escrever textos longos foi adquirindo lendo os clássicos que saíam todos os domingos em uma promoção realizada pelo próprio jornal que vendia, andando pelas ruas da Pituba e Amaralina. Essas experiências de trabalho e leitura tiveram grande impacto na elaboração de seu primeiro romance, O Jornaleiro, em 1999. Mas a decepção de não conseguir publicar esse livro, por falta de verbas, além de ser enganado e lesado por alguns editores, o levou a desistir de escrever por quase dez anos, deixando para traz alguns manuscritos incompletos.  

Em 2010 voltou a escrever, e dessa vez, peças teatrais, pois neste ano sua filha e sobrinha começaram a fazer teatro na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato. Apenas em 2011, quando comprou seu primeiro computador, conseguiu publicar suas obras, depois de descobrir sites de autopublicacão. Também em 2011 conheceu o projeto Fala Escritor, o qual participa constantemente e divulga suas obras. Depois vieram o Sarau da Onça, o CEPA, dentre outros. Em 2015, junto com amigos, criou o Grupo Poético GB, que atua dando oficinas em escolas, realizando saraus e apresentações em praças, participando de projetos como o Boca de Brasa, e deixando sua marca por onde passa. 

Cristiano também é autor dos livros: O jornaleiro, Melissa, Filhos do acaso, Maníacos on-line, A empacotadora, Da janela do meu quarto (romances); Um novo começo, Rumo ao novo mundo, O julgamento de Adão (religiosos); Nem te contos! (contos) e Rosas tenras (poesias). 


Fonte: ASCOM/Revista Òmnira

Matéria: Carlos Souza Yeshua

 

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