Um dos primeiros grafites do Projeto na Serra da Leba |
Artistas do grafite de Angola e do
Brasil participam do dia 28 deste mês a 2 de Agosto, da criação de novas
pinturas em boa extensão da Serra da Leba, que liga o Lubango ao Namibe, a
iniciativa visa promover o intercâmbio cultural entre as duas nações e faz parte do projeto “África e a Diáspora - Novas Conexões”, lançado no
Brasil, que conta com a presença de grafiteiros do Estado da Bahia, Annie
Ganzala, Ananda Santana e Eder Muniz, e dos angolanos Thó Simões, Nunes Simões
e Manuel Rafa. O projeto “Murais da Leba” visa relançar o turismo cultural na
região sul do país, através das artes plásticas.
Durante cinco dias, os grafiteiros brasileiros, oriundos do Estado da Bahia e os angolanos envolvidos no projeto Murais da Leba vão estar a mais de mil metros acima do nível do mar, para projetar e colorir as suas ideias nas paredes da Serra da Leba que tem como foco a ancestralidade e resistência negra em África e na diáspora.
Uma equipe de filmagem, proveniente da Bahia, fará a gravação do intercâmbio cultural entre brasileiros e angolanos para um documentário, a exemplo do que aconteceu na primeira fase dos Murais da Leba, com a produção do filme “As Cores da Serpente”, pela mesma equipe.
O projeto “África e a Diáspora - Novas Conexões” é realizado pela Estandarte Produções, Cinepoètyka Filmes e Coletivo Murais da Leba, com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia. A iniciativa prevê a realização de um debate sobre racismo e movimentos de resistência negra, com a participação de especialistas brasileiros e angolanos, no dia 3 de Agosto (sexta-feira), no Centro Cultural Brasil - Angola, em Luanda. Um dia depois, os grafiteiros da Bahia juntam-se a artistas angolanos para pintar um mural em Luanda. Os Murais da Leba é um projeto lançado em 2015, por ocasião do 40º aniversário da Independência Nacional, com o propósito de transformar as pinturas da Serra da Leba na maior obra de arte a céu aberto em África.
Os artistas:
Eder Muniz, artista autodidata, atualmente trabalha com grafites, mistura técnicas das artes plásticas e técnica própria do grafite. Os seus trabalhos têm como característica a ligação homem–natureza estão espalhados por várias partes da cidade de Salvador. No ano de 2000, ajudou a fundar o Movimento Calangos de Rua, um coletivo de artistas, com o intuito de levar a cultura às comunidades da capital baiana.
Em 2005, participou do projeto Salvador Grafita, a partir de então, foi convidado para palestrar nos Estados Unidos e realizar seminários em universidades e Organizações Não Governamentais, na cidade de Nova Iorque.
Eder Muniz, artista autodidata, atualmente trabalha com grafites, mistura técnicas das artes plásticas e técnica própria do grafite. Os seus trabalhos têm como característica a ligação homem–natureza estão espalhados por várias partes da cidade de Salvador. No ano de 2000, ajudou a fundar o Movimento Calangos de Rua, um coletivo de artistas, com o intuito de levar a cultura às comunidades da capital baiana.
Em 2005, participou do projeto Salvador Grafita, a partir de então, foi convidado para palestrar nos Estados Unidos e realizar seminários em universidades e Organizações Não Governamentais, na cidade de Nova Iorque.
Nanda Santana, estudante de Artes, na Universidade Federal da Bahia, residente do bairro de Itapuã, em Salvador, é grafita há cerca de dois anos. Traz nos seus trabalhos muita cor e vida, porém, sempre a representação de uma mulher negra, por acreditar que as mesmas precisam ser vistas e respeitadas. Além do grafite, utiliza as técnicas como aquarela e acrílica, para dar cor às personagens que cria.
Annie Gonzala Lorde, negra e feminista de religião de matriz africana Candomblé, é moradora na periferia de Salvador. Começou a desenhar na infância, hoje vive da arte. Expôs as suas obras em países como a Colômbia, Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos e República Dominicana.
Thó Simões nasceu em Malanje. Trabalha em pintura, arte urbana, performances, instalações, filmes e fotografia. Estudou arte no Instituto Nacional de Artes e Cultura (IN-FAC), em Luanda. Em 2001, expôs pela primeira vez com o coletivo “Os Nacionalistas” e continuou até agora.
Manuel André Pedro “Rafa” nasceu em Viana, província de Luanda, onde
reside até ao momento. Pinta, desde 2010, nas ruas da capital angolana, não só
para exteriorizar o seu dom artístico, mas também para transmitir mensagens de
educação cívica e moral.
Nuno Camoxi Munzala “Noop” nasceu no município de Viana, faz grafite desde 2012, mas desde criança que tem gosto pelo desenhar. Em 2013, entrou para o movimento artístico MAL Crew, um ano depois, participou num concurso nacional de grafite, onde foi descoberto e convidado para fazer parte do projeto Murais da Leba.
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