Uma fada de primeira viagem |
Foi descobrindo na contação de história para o público infantil desde os idos dos anos 90, que a professora aposentada Maria Izabel Nascimento Muller, uma brasileira, hoje residindo na Suíça, guardou as sete chaves os seus mais fantásticos contos de fadas para que só agora aflorasse nas páginas mágicas e encantadoras da obra infantil “Os Contos de Fadas na Realidade Afro-Baiana” que se estende até os primórdios episódios de “Inventando e Contando Baianidade”, uma saga infantil diferente das mais diversas vertentes já contadas das historinhas mais conhecidas pelos baixinhos.
Uma obra delimitada pela realidade afro baiana de uma Rapunzel Rastafari com o seu príncipe encantado jamaicano; que acompanhou Alice descendo e subindo as ladeiras de Salvador, se encontrando e se descobrindo encantada pelo Pelou; onde acompanhou uma Chapeuzinho Vermelho protegida de Oxóssi o grande caçador; que por outro lado sonhou com a historia da bela adormecida que só veio acordar na Bahia de São Salvador ao som da axé music e que vivenciou convidar Branca de Neve a visitar a Chapada Diamantina e desmascarar o espelho da Bruxa Malvada.
No entanto não esqueceu de ter vistos os três porquinhos se transformando nos personagens dos santos meninos: Cosme, Damião e Do’ou e nem que João e Maria perambularam também pelas ruas da Bahia, dançando e cantando ao som do Olodum, da Timbalada e de tantos outros sons; enquanto a Miscigenação dos Anjos fez um bem a comunidade de pequenos negros de asas, existentes no Brasil, país do Carnaval; onde uma simpática galinha sassaricava pelas suas ruas no desfile momesco; carregando o tema ecológico em homenagem a tartaruguinha que se perdeu no oceano de tantas maravilhas, que constantemente é limpo das impurezas atiradas ao mar pelo papa lixo “Bicho das Sete Goelas, que impossibilitou as ondas de escrever seu diário de um tênis abandonado, que precisou ser reciclado para voltar a ser usado, pelas Fadas do Acarajé, que ostentavam seus tabuleiros enfeitados e sortidos de quitutes e doçuras na antiga Praça da Sé.
Contos que precisamos contar |
“Os Contos de Fadas na Realidade Afro-Baiana” é o primeiro livro da então escritora Maria Izabel Nascimento Muller, uma publicação da Editora Òmnira/BA-2017, 60 páginas - R$ 30. A educadora inova quando ao construir a versão afro-baiana dos contos de fadas, os grandes clássicos da Literatura infantil, o que ela mesma procurou definir como: muvulcultura, uma forma de incentivar as crianças negras, criando uma identificação com os personagens, antes pertencente ao mundo tido como dos brancos.
O livro será lançado no próximo dia 7 de julho (sexta-feira), às 15 horas, na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (Largo de Nazaré), em Salvador, o evento tem o apoio da UBESC-União Baiana de Escritores e da Fundação Pedro Calmon. Mais informações: (71) 98806-4872 ou 3230-1219.
Fonte: ASCOM/Revista Ómnira
Foto: Roberto Leal
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