Secretaria de Cultura e Órgãos Públicos do setor sofre com criticas de intelectuais e artistas que se rebelam contra o aparente descaso
Palco da Biblioteca Pública do Estado - Barris |
Para se evitar
o caos na Cultura é preciso um trabalho de urgência, para que não se transforme
n’uma situação de emergência. O Governo precisa agir de maneira imediatista
para evitar o colapso da cultura em nosso Estado, entre mil razões do seu aparente
descaso, está à falta de Espaços para que os artistas possam se apresentar; escritores
pedem a desburocratização desses editais que só beneficiam um; pedem a criação
de Edital para pequenos projetos, beneficiando vários artistas em pequenos
custos; querem a reforma das instalações das Bibliotecas Públicas para melhor
atender ao público visitante e aos artistas que ali se apresentem... Tem se
notado a olhos nus, que o número de artistas de rua tem aumentado
gradativamente, espaços estão sendo usados como: ônibus e praças, diante da escassez
de espaço público para apresentações e espetáculos. Resta mesmo aos artistas a
opção de usar as vias públicas, porém, podem se deparar com a fiscalização da
prefeitura que não apoia esse tipo de ocupação.
Sem os periódicos as estantes estão assim... |
Artistas
já se manifestaram organizando uma Secretária de Cultura paralela, segundo
matéria (no jornal Tribuna da Bahia) do jornalista e escritor Albenísio Fonseca
“Artistas se rebelam e criam Secretaria de Cultura Paralela”, aos pouco as ações
tomam o rumo de grandes eventos, mobilizações, protestos, manifestos e muitos
serão os eventos organizados nas redes sociais e nas ruas, por entidades,
associações, artistas, poetas, escritores e músicos em protesto ao descaso com a
Cultura no nosso Estado. A Biblioteca Publica do Estado, nos Barris, por
exemplo, está com o palco completamente deteriorado e o balcão do Quiosque está
quebrado; os quatro elevadores parados; bebedouros sem água, salas sem ar condicionado; escritores denunciam ainda a compra de lâmpadas; o Quadrilátero vive
as escuras mesmo em dias de eventos; os jornais para pesquisa nas bibliotecas
tornou-se algo muito raro.
E a
indignação da classe artística fica por conta da cobrança de taxa para que o artista
possa usar aquele aparelho público, seja Quadrilátero, seja auditório ou Foyer,
como qualquer das outras Bibliotecas administradas pela FPC – Fundação Pedro
Calmon, órgão subordinado a Secretaria de Cultura do Estado. A atual diretora da
BPE-Biblioteca Pública do Estado, Lívia Freitas informou que a casa adotou
mudanças e hoje oferece um Regulamento,
inclusive com formulário de Pedido de Pauta, os artistas podem acessar no site:
http://www.fpc.ba.gov.br onde também constam
normas sobre a Gratuidade de uso de Espaço - os eventos que podem ser realizados
sem custo e onde estão enquadrados também os eventos taxados com valores. Só
que, os artistas veem esses formulários como uma forma de burocratizar – significa
dificultar o acesso ao objetivo, que antes se fazia de forma mais simples,
através de oficio a Direção. Os interessados terão acesso ao formulário de “Pedido
de Pauta” para eventos nos Espaços da Fundação Pedro Calmon neste link: http://www.fpc.ba.gov.br/arquivos/File/Cessao_de_Espaco/Anexo_II_Pedido_de_Pauta.pdf
Quiosque do Espaço Quadrilátero |
Com o
projeto “Amigo da Biblioteca” a BPE está convidando escritores, poetas,
contadores de história e artistas da palavra de uma forma geral, a fazer uma
visita levando sua pauta, seu evento e levar seu projeto, a biblioteca se
disponibiliza a dialogar. A diretora Lívia Freitas muito otimista prevê melhoras
em razão das próprias necessidades do Espaço, e acredita em que as providencias
já estão sendo tomadas nesse sentido. Quanto aos jornais, quem responde pela
Sala de Leitura, agora de prateleiras vazias, é o Setor de Comunicação da FPC.
A BPE está buscando e apelando para novos parceiros e aceitando doação de
assinaturas dos principais jornais, para manter a Sala de Leitura, segundo
funcionário do setor, “a situação está sem previsão de normalidade”.
Membros
da UBESC – União Baiana de Escritores se reuniram na Cantina da Lua, no sábado
próximo passado - 11/03, às 16:30 horas, quando da realização de atividade
cultural com o lançamento dos livros: SARAMBOKE do poeta Elizeu Moreira
Paranaguá e ARRESTO do também poeta Bernardo Monteiro, e ali discutiram formas
e maneiras de buscar novos espaços dentro da cidade e também firmaram
compromisso de levar aos poderes públicos do setor a sua indignação através de:
notas, matérias em sites e blogs, eventos, palestras, manifestações nas redes
sociais e reuniões com os artistas da palavra, para que novos rascunhos e
mudanças sejam estudadas. E como se não bastasse, em detrimento do uso da
palavra “crise”, vários espaço considerados de uso público na nossa cidade, vem
cumprindo ordem das suas próprias diretorias, e estão cobrando taxas a titulo
de colaboração, para cobrir despesas que deveriam ser saldadas pelos setores competentes
dessas mesmas Casas de Cultura.
Por último
temos ainda a FGM - Fundação Gregório de Mattos, órgão subordinado a PMS-Prefeitura
Municipal do Salvador, que faz aquele papel de Secretária de Cultura do Município,
artistas também fazem as suas queixas, FGM que sem muito promover por dita
falta de recursos, e conclusão dos seus editais e projetos limitados, mantem
prédio na Praça Castro Alves abarrotado de funcionários que nada podem fazer, e
apenas cumprem. É preciso desburocratizar todo e qualquer tipo de edital que
beneficie poucos, esquecendo-se de muito mais. O acesso a apoio de pequenos
projetos é fundamental para fomentar cultura. É preciso ver a forma mais
facilitada para que se gaste o pouco “que dizem” destinados para um número
maior de contemplados e na FGM não deve ser diferente.
Texto e
fotos: Roberto Leal
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