Dr. Kouma Kwami Aklotsoe |
Deficientes físicos são presença
entre as populações de todos os continentes, independente de raça, cor ou religião e em África não é
diferente, só para que se tenha uma ideia, em Angola existem centenas deles,
herança da guerra civil que assolou o país por longos anos até sua
independência em 1975, são as vitimas dos campos minados que ainda existem pelo
país; o que não é caso de Cabo Verde, país da Costa Ocidental. E é através da Associação
Caboverdiana de Deficientes e CENORF – Centro Nacional de Ortopedia e
Reabilitação Funcional (cenorf@sapo.cv) que
procuram recuperar cidadãos deficientes de membros inferiores e dentre outras
formas de deficiências, que fazendo um trabalho social de recuperação desses
deficientes para o enfrentamento diário da sobrevivência, da elevação da
autoestima, sejam eles portadores de deficiência de nascença ou acidentados.
Lá se oferecem a esses cidadãos acompanhamento
psicológico, de apoio fisioterápico, como também a entidade mantem um centro de
fabricação de prótese de membros inferiores, a preço mais accessível que o
praticado pelo mercado internacional, em especial o mercado europeu ou latino
americano, onde a entidade fazia à aquisição anterior a implantação do seu
próprio Centro. A Associação Caboverdiana de Deficientes e o CENORF que está
situado na localidade de Achada São Felipe, na Cidade de Praia, mantém hoje o
seu próprio Centro de fabricação de próteses que se encontra sobre a
coordenação do Dr. Kouma Kwami Aklotsoe (kouma63@hotmail.fr), médico orthoprotesista
– formado na Alemanha e que vem da ENAM – Ecole National des Auxiliaire
Medicaux, do Depmt Orthoprotesiste da Université Lomé, na Republica Democrática
do Togo.
Protese de fabricação do CENORF |
O Dr. Kouma chega para um período
de seis meses de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento cientifico da
orthoprotesia; período esse que a instituição possa pagar pelos seus serviços;
como também o centro conta com a fisioterapeuta Drª. Dalva Correia que presta
serviço de forma também remunerada, através de uma dinâmica de recuperação de
recentes implantados, que tem como iniciativa ativar os movimentos após a
colocação de membros postiços, na pratica de exercícios e treinamentos nas mais
diversas modalidades da fisioterapia; a instituição atualmente se encontra na dependência
da contratação de um psicólogo, aquele profissional que trabalhe a autoestima
dos cidadãos recentemente admitidos ao tratamento e que procuram pelos serviços
da instituição por não terem condições de assim faze-lo de forma independente,
“aqui trabalhamos com crianças e adultos sem distinção, visamos a recuperação
daqueles que realmente querem voltar a se movimentarem, mesmo diante das suas
reais limitações” afirmou a Drª. Dalva Correia.
A Associação Caboverdiana de
Deficientes possui uma central de fabricação de velas aromáticas dentro das
suas dependências, denominada de “Projeto Lumiarte” que é composto por um corpo
de voluntários cadeirantes que fazem um serviço de fabricação, que com a venda
da sua produção tenha uma renda para ajudar na manutenção da receita da
instituição que vive orçada em quinze milhões de escudos cabo-verdianos anuais
e que no momento só conta com a ajuda do governo que lhe oferece subsidio de
apenas três milhões e oitocentos mil escudos cabo-verdianos anuais, parte desse
dinheiro é para compra de matéria prima para a fabricação de próteses e a outra
parte para a remuneração de profissionais, tendo a entidade um déficit muito
grande para que continue com o seu trabalho; o INPS – Instituto Nacional da
Seguridade Social e a Companhia Garantia de Seguros, estudam a possibilidade de
entrar com uma ajuda anual para que a entidade não feche as suas portas e
aumente a ajuda humanitária que oferece ao povo cabo-verdiano.
Velas aromaticas e decorativas do "Projeto Lumiarte" |
O presidente da entidade, o Sr,
António Pedro Melo, que também é deficiente e trabalha de posse de uma cadeira
de rodas, não se entrega quando diz “esperamos ajuda também do povo brasileiro,
de especialistas voluntários, precisamos de palestrantes e professores que
possam vim a ter conosco e tragam suas experiências, precisamos de doações de
livros, revistas e publicações que nos ensine a lidar com os avanços da orthoprotesia”.
Outra pessoa importante para o desenvolvimento e manutenção da instituição é o
Sr. Alberto Afonso, também deficiente, que usa muleta devido a sua deficiência
de nascença, em um dos membros inferiores, e que trabalha como administrador
voluntário gerindo as contas e arrecadação com as vendas das velas aromáticas
fabricadas no próprio centro “precisamos de cadeiras de rodas, muletas, matéria
prima para fabricação de velas e fôrmas para novos modelos e sabemos que no
Brasil temos uma variedade muito grande de fôrmas e modelos de velas
decorativas e de lá esperamos uma significativa contribuição” disse otimista
Alberto Afonso. Contatos: +238 264 79 91 / +238 986 41 67 e-mail:
betafonso26@yahoo.com.br
Fonte:
ASCOM/Revista Òmnira
Fotos: Roberto
Leal
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