Hector Babenco deixa legado nacional histórico |
Na noite da última quarta-feira (13/07), o cineasta argentino,
naturalizado brasileiro, Hector Babenco, morreu vítima
de uma parada cardíaca.
Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês desde o dia anterior, para onde foi levado para se submeter
a uma cirurgia. Segundo a produtora da HB Filmes, Denise Winther, que confirma a informação, “ele estava bem, mas não
resistiu a uma parada”, disse. Nascido em 1946, na Argentina, o cineasta era naturalizado brasileiro desde 1977, quando
ganhou a cidadania. E foi por aqui que ele construiu a sua carreira no cinema nacional e internacional com a produção de filmes como: O
Rei da Noite, que foi seu primeiro longa-metragem, Lúcio
Flávio - O Passageiro da Agonia, Pixote - A Lei do Mais Fraco e O
Beijo da Mulher-Aranha, além do campeão de bilheteria Carandiru,
que conta a história do massacre que
aconteceu na Casa de Detenção de São Paulo, quando 111 presos foram mortos pela
Polícia em uma rebelião e que teve no elenco o ator Rodrigo Santoro. Sendo que seu último trabalho no cinema foi “Meu Amigo Hindu”, que foi lançado em
março. O cineasta era casado com a atriz Bárbara
Paz.
O diretor fez história também fora do Brasil.
Com o filme “O Beijo Da Mulher-Aranha”, que
teve Sonia Braga em papel principal; ele foi indicado ao Oscar de melhor diretor; que apesar de não ter levado a estatueta,
o filme venceu um importante prêmio naquela noite: o de melhor ator para William Hurt. Em Cannes, ele concorreu também
com outros seus filmes Carandiru e Coração Iluminado. Também
levando estatuetas para casa. No Festival
de Locarno, recebeu o Leopardo de Prata por “Pixote - A Lei Do Mais Fraco”,
que conta a história de um menino de rua que, depois de sofrer num reformatório
para delinquentes juvenis/FEBEM, ao sair se une a uma prostituta que na trama é vivida
pela saudosa atriz Marília
Pêra. Já na Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo, Babenco arrebatou
o prêmio do público por “Lúcio Flávio - O Passageiro Da Agonia”.
Com Coração Iluminado, ele foi
indicado à categoria de melhor diretor do Grande Prêmio Cinema Brasil.
O último filme de Babenco, foi “Meu Amigo Hindu”, revela uma história muito familiar
para quem acompanhava a vida do cineasta. Claramente autobiográfico, a trama conta
a história de um diretor de cinema, Diego interpretado
por ator americano Willem
Dafoe, que luta
contra um câncer linfático, assim como aconteceu com o diretor em
1990. Quando Diego é
confrontado pela Morte interpretado pelo ator Selton Mello, ele fala sobre o seu desejo de fazer
um último filme, cujo título faz referência a um menino indiano em fase
terminal que ele
conhece na América e o ajuda a enfrentar a doença de forma lúdica. O filme
ainda aborda um relacionamento com Lívia, interpretado pela atriz Maria Fernanda Cândido, sua
namorada, que vem a casar-se com ele depois de descobrir que o mesmo tem poucos
meses de vidas. Juntos, eles se mudam para os EUA, onde ele passará a se tratar.
Foto: Divulgação (internet)
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