Prefeito ACM Neto em coletiva na Sala de Imprensa |
"Decidimos
fazer duas homenagens esse ano porque são dois jornalistas que contribuíram
muito para divulgar a Bahia no resto do Brasil. Eles foram importantes para
divulgar, inclusive, a folia momesca, que hoje é considerado o maior evento de
rua do planeta", palavras do jornalista Roberto Messias, chefe da Agecom.
As
filhas de Zezé Quadros, Sara e Taís, ressaltaram a paixão da mãe pela rotina de
trabalho. “Para Zezé, o jornalismo era mais que uma profissão. As redações por
onde passou também eram suas casas. Os colegas de trabalho viravam amigos. Cada
entrevista ou matéria ficava guardada em sua memória e podia ser repetida
depois de anos, até décadas. Quem teve o prazer de conviver com ela, em casa ou
no trabalho, sabe que tinha muito pra contar. E nós, o que aprender!”. Falaram,
n’um momento saudosista.
Elas
também agradeceram à Prefeitura pela iniciativa de dar à Sala de Imprensa o
nome de Zezé. “É mais que justa (a homenagem) a uma jornalista apaixonada pelo
que fazia. Mais que experiências, nos ensinaram o quanto é importante ser ético
e ter respeito em tudo o que fazemos”, ressaltaram as filhas da homenageada.
Já Emília
Ribeiro, uma das filhas de João Ubaldo, foi bastante enfática ao lembrar um
fato curioso do seu pai: que não era carnavalesco, mesmo tendo sido homenageado,
em 1987 pela Escola de Samba Império da Tijuca, e em 2004 pela Prefeitura do
Salvador, quando a obra Viva o Povo Brasileiro, foi tema do carnaval. “Ele
ficou muito emocionado com as homenagens, participou, foi em todos os eventos
oficiais, cumpriu os protocolos, mas realmente não era uma pessoa que costumava
sair em blocos ou escolas de samba”, ressaltou. À época, em entrevistas à
imprensa, João Ubaldo revelara que por motivo de ser muito tímido não
participava das folias carnavalescas.
A Sala
de Imprensa Oficial do Carnaval Maria José Quadros (Zezé) e João Ubaldo Ribeiro
possui 60m² de área construída e climatizada e conta com sala de recepção, sala
de credenciamento, redação com área para coletiva de imprensa, sala da
coordenação e depósito, além de sanitários químicos na área externa. Serão
disponibilizados 30 computadores com acesso à internet e programas de edição de
texto, áudio e fotografia. Também contará com dez linhas telefônicas, dois
links de internet sem fio (wi-fi) e duas impressoras para apoio aos
profissionais.
Maria
José Quadros, nascida em Jequié em 1952 e formada em
Comunicação pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) em 1973, Maria José
Quadros exerceu a maior parte da carreira na sucursal de O Globo, como repórter
entre 1974 e 1985 e como chefe de Redação entre 1987 e 1993. Também foi chefe
de Redação na Gazeta Mercantil, editora de Economia no Bahia Hoje e atuou na
Revista Veja e nos jornais da Bahia e A Tarde.
Trabalhou
ainda nas assessorias da Desenbahia e da então Superintendência de Trânsito e
Transporte do Salvador (Transalvador). Sua última atuação foi como subeditora
de Economia no jornal “Correio”, onde também assinava a coluna Negócios.
Faleceu em Salvador em 6 de abril de 2013 e, além das filhas Taís e Sara, Zezé
Quadros deixou quatro irmãs: Denise, Dileide, Dilene e Marinalva.
João
Ubaldo Ribeiro, o ilustre escritor filho de Itaparica,
nascido em 23 de janeiro de 1941, foi jornalista e um dos principais nomes da
literatura brasileira e mundial, tendo ocupado a cadeira 34 da Academia
Brasileira de Letras (ABL). Começou no Jornalismo como repórter no Jornal da
Bahia, em 1957, e atuou nos jornais Tribuna da Bahia, A Tarde, O Globo, Folha
de S. Paulo e Frankfurter Rundschau (Alemanha). Era bacharel em Direito pela
Ufba, mestre em Administração Pública e Ciência Política na Universidade da
Califórnia do Sul e professor de Ciências Políticas na UFBa.
O
primeiro romance, “Setembro Não Faz Sentido”, foi escrito em 1963 e logo depois
foi autor de diversas obras que se tornaram clássicos, como Sargento Getúlio
(1971), Viva o Povo Brasileiro (1982), O Sorriso do Lagarto (1989) e A Casa dos
Budas Ditosos (1999). Recebeu os prêmios Camões, Jabuti e os alemães Anna
Seghers e Die Blaue Brillenschlange. João Ubaldo foi casado três vezes e teve
quatro filhos: Emília, Manuela, Bento e Francisca. Faleceu no Rio de Janeiro no
dia 18 de julho de 2014. No mesmo ano, a Prefeitura do Salvador lançou o Selo
Literário João Ubaldo Ribeiro, em homenagem ao jornalista e escritor.
Fonte: AGECOM/Salvador
Texto: Roberto Leal
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