segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mas que Bienal foi essa?

Publicado por Roberto Leal As segunda-feira, 7 de novembro de 2011  | Sem Comentarios

Escritores em lançamento
Por: Roberto Leal

Nem de longe um ingresso de R$ 8 para quem vai visitar uma Bienal de livros é incentivo à leitura, em um enorme espaço, onde se procurava um bebedouro com água e não encontrava, procurava uma informação mais precisa e não se conseguia... Os professores reclamando do uso do vale-livro, das poucas opções de aceitação do tal vale pelos expositores, de onde trocar o seu recibo por vales “estive tomando informações no balcão da Fagga, no estande da secretária e ninguém sabe informar onde pego os vales-livros, a menina que me deu informação, na verdade não soube informar” disse a professora Jô Santos, do Colégio Estadual Manoel Vitorino, mostrando sua indignação com o descaso, com a organização da Bienal.

Autores marcando presença
Reclamações ecoavam já por todos os lados no segundo dia da feira internacional de livros, já borbulhavam pela internet as críticas, a revolta dos poetas, escritores e expositores, todos reclamando da mínima assistência dada pela empresa Fagga Eventos... Reclamavam da falta de apoio estrutural, reclamavam da inexistente divulgação. Em anos anteriores tivemos banners espalhados pela cidade, outdoor em pontos de maiores circulação de transeuntes, existia uma estratégia de marketing para levar o público ao Centro de Convenções, o que não foi visto nessa edição...Não lembraram ou esqueceram de avisar as empresas de transporte coletivo, que a Bienal estava sendo realizada alí, onde faltou transporte vindo de pontos diferentes da cidade, para uma melhor locomoção dos leitores e visitantes.

Os editores baianos, que foram comtemplados por edital e ocuparam 8 pequenos estandes, não reclamaram, afinal “de graça até injeção na testa”, já dizia o filosofo popular, mas, os poetas, os escritores, se sentiram desprestigiados pelo local das suas falas, apresentações, recitais e exibição das suas obras para venda, que foram colocadas de encontro a parede, no exaustor da praça de alimentação daquele gigantesco espaço, de certa maneira e justa reclamação, uma falta de respeito com o escritor baiano...Para não dizer que as palavras não se consistem e foi gerida em busca de amparo na manifestação, no movimento que ficou mais conhecido como a “Revolta dos Expositores”, no terceiro dia, quando fecharam seus box’s e estandes, às 20 horas, antes do horário previsto na programação, acontecimento nunca antes visto em uma Bienal, reclamando do fraquíssimo movimento.

Não que eu esteja aqui reclamando do Governo do Estado da Bahia, da Secretária de Cultura ou da Fundação Pedro Calmon, estou aqui sim, reclamando da manutenção da Fagga a frente da organização da Bienal baiana... Por que a Fagga, será que não temos na Bahia uma empresa que assuma o setor com a competência costumeira dos baianos? Lembro-me que outrora a Funceb-Fundação Cultural do Estado da Bahia, em conjunto com a Secretária já desenvolveram tal papel e hoje está aqui sendo defendido esse retorno... Não estou aqui para dizer também que não existe conivência, não estou querendo agradar ninguém, como digo que todos tem sua parcela de culpa e erros, devem carregar os seus fardos críticos e até as suas penalidades... Os escritores vão se unir para rever tudo isso, de maneira que não se espantem com o grande número de observadores e suas observações que surgirão ao baixar das portas, as cortinas se rasgarem, é só esperar para ver as farpas se encontrarem e as mascaras caírem... De quem será a culpa dessa vez?

Um verdadeiro papo de criança
Não podemos esquecer o lado brilhante da festa, que na verdade ficaram por conta dos anônimos, dos desconhecidos arrebatadores de cena, que aparecem em pontos isolados e competem com a panela apoiada pelo governo e suas cortesias... Projeto como o Fala Escritor, os recitais do poeta Marcos Peralta, os lançamentos de livros das pequenas editoras, a visita das escolas aos livros infantis de Hugo Pinto Homem, os autógrafos de Oleone Coelho Fontes, Itaberaba Lyra, Alberto Peixoto e Urbano Félix, no Estande da EGBA, os cordéis de Jotacê e Antônio Barreto, como também a invasão dos baixinhos aos estandes a procura nesse grande garimpo, de uma preciosidade qualquer que brilhe de encontro aos pequenos olhos... Com certeza não poderíamos esquecer, as personalidades que desfilaram seus passos, nessa passarela desarrumada, na qual transitaram e nem perceberam a sua estagnação, a angustia literária, a funesta impressão que nos deixou a tal Fagga Eventos... Na verdade, uns fingem que lutam pela literatura e outros fingem que estão vendo que eles estão lutando, eles são colegas uns dos outros, eles tem interesses em comum, essa é a pura realidade, sobre esse movimento literário vivido na Bahia, já faz alguns anos... É todo mundo querendo manter a sua fatia do bolo, esquecendo que “a mesma mão que afaga, ela também apedreja”.

 Fonte: ASCOM/Fundação Òmnira

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